Cidades & Região / Mato Grosso do Sul
Morre tamanduá que teve as quatro patas queimadas em incêndio no Pantanal de MS
Animal recebia tratamento inédito no estado, com uma técnica que utiliza de couro de tilápia e placenta de cavalos para reconstituição da pele
G1/MS
O tamanduá-bandeira que teve as quatro patas queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul e que estava recebendo tratamento inédito no estado, com uma técnica que utiliza de couro de tilápia e placenta de cavalos para reconstituição da pele, morreu neste domingo (11).
O animal não resistiu aos ferimentos considerados graves.
O tamanduá foi ferido na região do Passo do Lontra e estava sendo atendimento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) de Campo Grande, em parceria com um empresa especializada.
A técnica que estava sendo utilizada, já é usada em humanos e reconhecida pelos bons resultados.
O tamanduá era tratado há 2 dias, desde que chegou ao Cras, no dia 9 de outubro. As biomembranas foram aplicadas nas quatro patas, sendo a pele de tilápia nas patas dianteiras e a placenta do cavalo nas patas traseiras.
De acordo com médica veterinária, Ana Eliza Silveira, a estratégia levou em consideração as características da lesão de cada pata.
"A pele da tilápia é rica em colágeno, tem boa resistência e se usa muito na medicina humana para recuperação de queimados. Em animais silvestres está sendo por apresentar condições favoráveis para a boa recuperação do animal. A placenta equina ajuda na cicatrização e crescimento das células da pele, além de proteger o ferimento", destaca.
Até o dia 3 de outubro, 2,1 milhões de hectares já haviam sido destruídos no Pantanal mato-grossense. Se somado com a área devastada em Mato Grosso do Sul, esse número chega a 3,9 milhões de hectares.
As queimadas na região duram mais de dois meses. De acordo com o Ibama Prevfogo, a área destruída representa 26% do bioma.
Equipes de vigilância e atenção especial monitoram pontos estratégicos do Pantanal para evitar que o fogo avance.
Desde janeiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 17 mil focos de calor no pantanal. Os números são maiores do que todo o ano de 2019, que registrou 10.025 focos. Um aumento de 74%.
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